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Mulheres... Lyrics

[Parte 1]
Cada mãe sabe a dor que sente
quando vê o filho sendo queimado como indigente
na mão de nossa gente do mesmo ambiente
Lógica contrária, infelizmente
Mãe que prepara o velório da filha
vê o bem mais precioso ruir: família
O rosto traz marcas das porradas da vida
com a proximidade da conduta bandida
O coração cheio de calo, e a naturalidade
de quem já viu várias almas ir de ralo
faz dela mais forte, às vezes sensível
levando na guerrilha do jeito que é possível
Mãe que chora, se humilha, levanta
com o óbito do filho entalado na garganta
faz oração pra santa, de vez em quando ela canta
pra ver se todo o mal a voz espanta

[Refrão]
Essa é mais uma dor que o tempo não vai curar
Com o passar pode até cicatrizar
A vida não te deixa mais sorrir
Estrago inevitável que te faz sentir
Menina que vem, bandida que vai
No ambiente destruído é difícil ter paz
Mas a vida não acabou não

[Parte 2]
Novinha acordada a noite inteira
diversão de falcão conhecida como boqueteira
Adolescente, conduta adulta
tratamento vip, pior que prostituta
Início da vida parecem momentos finais
contato íntimo por causa de cinco reais
Vive seu drama bem longe da cama
trabalha com a boca quando um jovem lhe chama
Uma pedra de crack é o pagamento
às vezes vai pó, beck, depende do momento
Aparentemente sem prazer, faz por fazer
se arrisca sem ter medo de viver
Ausência do amor com a presença do dinheiro
faz a mãe levar a filha junta pro puteiro
saliva com sêmem, meninos que gemem
as pernas e as estruturas se tremem
[Refrão]
Essa é mais uma dor que o tempo não vai curar
Com o passar pode até cicatrizar
A vida não te deixa mais sorrir
Estrago inevitável que te faz sentir
Menina que vem, bandida que vai
No ambiente destruído é difícil ter paz
Mas a vida não acabou não

[Parte 3]
Presidiária solitária na cela
andorinha na gaiola com saudades da favela
a**inou delito por causa do marido
ex-presidiário, hoje solto e não é mais bandido
Foi fortalecido por ela enquanto preso
ela rodou, ele foi solto e não fez o mesmo
hoje ela paga o preço, abandonada
cheia de esperança na visita, mas nunca tem nada
Encontra abrigo nas colegas de prisão
dividem o abandono e a falta de atenção
Se relacionando com outra mulher
as leis do cárcere, não exatamente o que ela quer
mas o que tem, sem ter o carinho de alguém da família
sem notícias da filha que pode tá na trilha
da quadrilha que pois sua mãe nessa guerrilha
a lágrima no rosto dela brilha
[Refrão]
Essa é mais uma dor que o tempo não vai curar
Com o passar pode até cicatrizar
A vida não te deixa mais sorrir
Estrago inevitável que te faz sentir
Menina que vem, bandida que vai
No ambiente destruído é difícil ter paz
Mas a vida não acabou não
Essa é mais uma dor que o tempo não vai curar
A vida não te deixa mais sorrir
Menina que vem, bandida que vai
Mas a vida não acabou não

* RQL *
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